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Mostrando postagens de agosto, 2013

---PAPO RETO---

--PAPO RETO--- Ah, se todas essas palavras se convertessem. Ah, se toda poesia fosse pílula de alegria, Se todo vazio se enchesse de disposição, Os dias de inverno com vitaminas de verão. Ah, se toda esse eufemismo fosse mais "na lata". Se toda indireta fosse um soco reto na cara. Se tudo que se quer dizer deixasse de ser perdigoto, Cusparada de verdade na face O cheiro insalubre do esgoto. Ah, se esse lado comedido, calado, soando falso Fosse um grito explosivo e argumentativo Auto explicativo na calma e direto Ia exaurir qualquer mal entendido Papo reto Concreto Direto.

--Eu nem vi "--

Quando eu imaginei que havia tempo Você me trouxe um relógio de cuco Que tocou na minha cabeça todas as noites. Tocou na minha mente todas as manhãs O Cuco cantava e não havia tempo não. Pulei seu quintal naquela noite, você não esperava. Abraço de quem já se tinha Coisa boa que desabrochava. Flor de esperança plantei no seu canteiro Fui bem devagar como poeta sorrateiro. Nasceu rápida uma muda de mutua admiração Colheu no pé o pulso do coração Nessa estranha distância, uma desconhecida saudade batia Palavras não explicavam Poesia não dizia Se sentia. Quando ai estive e nos raptamos Dias de si,veja bem nos tragamos. Fumaça de alegria Novos planos. Se estou na tua Tu estás na minha Não importa onde ficamos Andamos e saímos da nossa linha Desenhos se formando, Desejos namorando, Acordes dedilhando, Não sei não... Tu andas me "ROBando."

In_Tu

(in)contro Tens assim pela sua pele, derme. Derrete nos olhos, olhares. Cheiro de vida,lugares Nome de lugar,Pessoa. Beleza em coração,desnudado. Palavra da ação Abraço tão grudado Troca misturada de essencias Desejo guardado no corpo Coisa que ficou na mente Toque suave na nuca,quente. A próxima vez, Tez da asa. Quando?

A CURA

Imagem
Todo esse tempo a solução estava na cara. Como um óculos esquecido em cima do nariz, Como uma mancha nas costas, uma cicatriz. Todo esse tempo fomos reféns da gente, Como quem se juntava com medo de se perder Mas só se perdia no próprio medo apenas pra se ter? Todo esse tempo de entrega e ajuda era disfarçada A própria doença que ali habitava, desgraçada. Como nódoa que também sufocava Destruía o sentimento, nos desmontava. Se ver como a própria doença, Que afastado pelo simples tempo, Esse sim que curava pela pura ausência Foi erro de cálculo o bem da abstinência. Erro de diagnostico Tardio Antes então fosse precoce, Não habitaria tanta dor Não precisaria de andador Nem de fisioterapia na alma A cura já estaria dada Antes mesmo da primeira porrada Dos primeiros sintomas Da primeira machucada. Pobre do doente Infeliz daquele que era doença. Feliz do paciente Alta médica Que curioso O remédio era a abstinência.