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Mostrando postagens de outubro, 2010

Deveres

Deveria ou poderia largar tudo e danar a escrever Pela manha,pela noite,madrugada a dentro por filhos de escritas para fora Deveria Deveria abandonar a antiga profissão,ganhar um cão,começar a fazer pao Deveria... Deveria ter surtos de loucura e coragem, sair pelo mundo sem tento ou dosagem Apenas caminhar para o novo sem medo do chão firme e seguro do passado ter ficado pra traz Deveria ser valente,mais contente,amigo,ardente Deveria... Deveria por pontos nos is,brincar com saguis,acreditar em sacis Deveria ter uma pequena orta,fazer yoga,me alimentar melhor Deveria desatar os nos das angustias que parecem cegos,evocar todos meus ecos para o novo viver Deveria... Deveria brincar de olhar estrelas,sonhar com sereias,contemplar o mar Deveria tanta coisa, hoje e sempre, ver tanta gente que me distanciei Deveria,poderia,faria,seria,quem sabe um dia? Conjugaria a minha melhor forma de verbalizar. Conseguiria?

Circulação de Dinheiro

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Circulação de Dinheiro Fora uma novidade pra mim.Eu havia então acabado de comprar um terreno com vista distante para o mar,não menos bela pela distancia, pois era lindo o sol nascendo por trás do morro,ao lado do mar. Conversava então com um empreiteiro de obra.Rapaz de uns 40 anos,mulato,mineiro e que terminava uma construção ao lado do meu terreno.Com sotaque bem carregado de sua terra e após me fazer um orçamento da obra que eu pensava o mesmo disse: - "Sô, ce "sabia que não fica caro não né? - é...pra quem ta duro, fica puxado "né dr"? Foi quando o rapaz me olhou e começou um discurso um tanto quando,de inicio, viajante,mas que no final fazia sentido.Começou ele a dizer: -“ói sô”, hoje em dia esse dinheiro não é nada sabia?o dinheiro na verdade não existe né?”num” é “verdade” ? - não existe ? e o que você esta me cobrando o que é ? milho pra pipoca? -"inté que pudia" ser milho,por que no fundo “um cado” dele vai virar isso,caso chegue a minha mão. -n

A CHEGADA AO RIO

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A CHEGADA AO RIO Ainda por volta de 14 horas e 30 minutos o ônibus executivo, de ar refrigerado e cheirando a novo chegava à rodoviária Novo Rio vindo diretamente da região dos lagos. Da grande janela eu avistava um domingo ensolarado nas ruas, os vendedores com seus tonéis de bebida correndo entre os carros, a fumaça dos caminhões, o velho sujo sentado abaixo da escrita “GENTILEZA GERA GENTILEZA”,e eu a pensar -será que gera? O Rio de Janeiro continua lindo? O ônibus vira para finalmente chegarmos ao desembarque, tiro de cima de mim a coberta, o saco de biscoito e a água mineral. O ônibus para, todos se levantam, arrumam seus pertences e descem.Ando calmamente pelo corredor e chego próximo à porta, assim que coloco meus pés no chão sinto aquele” bafo quente”, que me dá as boas vindas. O calor, a gritaria, o corre-corre, as mochilas, as bolsas de viagem, sai pela esquerda no meio da confusão do passageiro que não encontrava sua mala e fui caminhando com minha pequena mochila nas co

A Queimada

Era uma quarta feira de muito sol em um pequeno bairro do interior da Região dos Lagos - no Rio de Janeiro. Sem asfalto, sem muita infraestrutura, mas com seu lado romântico, bonito, com vista distante para o mar, entre morros e com cheiro de mata. Lá chegava eu para visitar meus pais que, já aposentados, volta e meia, ficavam ‘na casa de campo’ por alguns vários dias, para fugirem da loucura dos grandes centros urbanos em que viviam. Fazia 15 dias que não os via, e como viajara para aqueles lados, não custava nada “adentrar o mato”, visitá-los, comer a famigerada “comida da mamãe” e rir um pouco da histórias de meu pai. Lá chegando já buzinava, na rua de barro, poucas casas (quatro pra ser mais exato), sendo uma de meus pais. Muitas árvores, vento gostoso e no final, bem no alto, meu pai aparecia acenando e dizendo: - A porteira tá aberta (todo orgulhoso do portão de entrada que ele mesmo fizera)! Entrei, os abracei, bebi água, deitei-me na rede da varanda (que delícia!) e fiquei a ob